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terça-feira, 21 de agosto de 2007

Pesca ao Goraz/Montagem

Vou transcrever um artigo hoje na integra escrito pelo Luís M.Borges(Presidente da Direcção da EFSA Portugal) - sobre a pesca ao Goraz.Considero este artigo muito bom e para aqueles que não tenham tido acesso a ele,aqui o partilho com os leitores do Blog.
"O goraz é um dos peixes mais procurados pelo pescador desportivo de alto mar, pelo menos no norte do País. A sua carne é excelente, sobretudo quando se nutre de crustáceos e de moluscos.Porém, pescar gorazes implica muitas vezes correr para o fracasso. Tenho amigos que se aventuram vezes seguidas na perseguição do goraz, trazendo no regresso apenas a desilusão.
São adeptos do velho ditado do pescador da Guiana, “um mau dia de pesca é sempre melhor que um bom dia de trabalho”.
Montagem:O aparelho destinado a capturar gorazes é de uma simplicidade e rusticidade exemplares.Os destorcedores, que gira entre pequenas pérolas, cujo limite é fixado por batentes de nylon. Deste modo, o estralho gira com facilidade e a corrente estica-o naturalmente.A linha mãe, que enche o carreto, é de multifilamento ( 0,25 ), ligada ao aparelho por um forte destorcedor-alfinete. Este tipo de fio corta mais facilmente a corrente, não fazendo a célebre “barriga” tão do jeito do nylon, permitindo trabalhar o aparelho na vertical, mesmo por baixo do barco.Outra vantagem deste tipo de fio é que o pescador tem uma percepção “milimétrica” do goraz a comer, possibilitando-lhe por conseguinte uma ferragem em tempo oportuno.O único inconveniente do multifilamento é facilitar que o anzol esgace a boca do peixe, por falta de amortecimento e elasticidade. O fio de nylon, ao possuir 5 a 10% de elasticidade evita este fenómeno. Nestes termos, há pescadores que aplicam 12 a 15 metros de nylon ligados ao aparelho, evitando assim a possibilidade de perderem peixes.Este aparelho é de 3 metros de comprimento, cujo terminal é em fio de nylon com uma espessura de 0,50 (de boa qualidade), dotado com três estralhos de 40/50 cm até 1metro, em 0,40.Os anzóis devem ser fortes, nº 1/0 ou 2/0.A chumbada vai de 0,500 ao 1kg.

1. Destorcedor-agrafe; 2. Espaços de 1 metro em 0,50; 3. Estralhos em 0,40 de 40 cm a 1 m; 4. Anzóis nº 1/0 e 2/0; 5. Chumbada de 0,200 até 1kg.
Quanto às pérolas, a sua utilização manifesta-se ainda algo controversa. Se por um lado, dado o seu colorido, fazem com que os gorazes ataquem por reflexo, por outro lado a pressão da corrente exerce-se sobre elas esticando o estralho. Não esquecer que a cor mais conveniente é o azul, de preferência fosforescente. As pérolas colocam-se junto ao anzol.
Iscos:A sardinha é o isco preferido para o goraz.No dizer do meu amigo Mário Santos, este peixe aprecia bons pedaços: o goraz quer muito e grande (bons troços de sardinha fresca ou filetes de lula). A sardinha apresenta a dificuldade de ser frágil. A parte da cauda acaba por ser mais consistente.O goraz ataca estes iscos com decisão e dado que vive em cardumes, aplica-se a estratégia da contenção: ferrar ao primeiro toque, aguardar um minuto à espera do segundo e assim sucessivamente, em função do número de anzóis existentes no aparelho.
Truques:- Os peixes de grande profundidade possuem um olfacto muito apurado: pelo menos um dos anzóis deve ser sempre iscado com sardinha;- Um forma de concentrar os gorazes é iscar um anzol com um grande pedaço de isco. Eles sentir-se-ão atraídos pela quantidade de comida e entretanto, despertado o apetite, vão atacando os outros anzóis, dotados de iscos mais pequenos;- O isco grande apresenta outra vantagem: afasta os peixes mais pequenos (a choupa e a faneca), embora esta última também não desdenhe um bom bocado. É sabido, que as choupas frequentam os mesmos locais do goraz e que a faneca come junto ao fundo. Assim, bastará subir o aparelho um ou dois metros para ter o goraz no caminho dos anzóis.
Engodo:Muitos pescadores utilizam engodo para atrair o goraz. Fazem-no quando pretendem pescar só esta espécie.Nos locais propícios ao seu aparecimento, é conveniente começar a pescar sem engodo. Se o nosso vermelhinho poisar, encantados da vida! Caso contrário, deve-se recorrer à engodagem. O melhor processo que conheço é constituído por um tubo de vinil furado, com 20cm de diâmetro e 40 a 50cm de altura.Para encher este recipiente, uns quilos de sardinha bastam. Pode-se juntar pão seco, ao qual se acrescenta a sardinha (meia desfeita num balde com um triturador). Remete-se o tubo para o fundo, agitando-se de vez em quando.Quase sempre o vermelhinho aparece, só que às vezes não. Outros hóspedes tendem a aproveitar a delícia deste "aroma": a cavala, por exemplo. Então, tudo se transforma numa chatice!
Material:A cana tem de ser forte e simultaneamente de ponteira sensível, a fim de permitir a percepção dos vários toques. As canas de carbono de 4 metros, rígidas, para além de serem mais ligeiras, possibilitam a aplicação de aparelhos compridos. Esta questão depende do tamanho do barco e do número de pescadores a operar nele.O carreto deve possuir um freio fiável, contendo multifilamento de 0,25, o qual poderá descer até ao 0,20, embora não se aconselhe. Deve privilegiar-se a força e não a velocidade.A chumbada escolhe-se em função da profundidade, da corrente e do tipo de aparelho que se utiliza: nem demasiado leve, para que a corrente arraste, nem muito pesada, a fim de não fatigar o pescador.Os destorcedores (Fast Connector Stonfo, de 20 ou de 30 lb ) trabalham muito bem, fazendo girar o estralho. Outra vantagem é a facilidade com que permite a rápida substituição do estralho (fio coçado, aumento ou diminuição do comprimento do estralho e do tamanho do anzol).
Acção de pesca:Desde que a zona seja boa, quer dizer tenha peixes e estes estejam com apetite, as bases de uma boa pescaria estão conseguidas.Dois métodos de pesca podem ser utilizados:- A pesca de fundo com barco ancorado- A pesca à deriva.Estes dois métodos podem ser praticados a profundidades médias ( 100 metros + ou -) ou a grandes profundidades (a partir dos 150 metros ).Neste último caso, podem ser utilizados os novos carretos eléctricos (Kristal Fishing), com o artifício utilizado agora das lâmpadas estroboscópicas ou na sua falta com os velhos “starlights”.É muito difícil pescar com carretos normais a mais de 200 metros de profundidade.Na pesca à deriva, só praticável a pequenas profundidades, o pescador deve poder jogar com as correntes, o vento e os fundos (fazer passar os iscos por entre as formações rochosas). Estas manobras são sempre muito delicadas exigindo que o mestre possua um bom conhecimento do local. Uma sonda é bem útil neste caso.As condições ideais do estado do tempo e do mar são as seguintes: tempo bom; corrente fraca; vento igualmente fraco.As melhores horas de pesca são: a alvorada; o entardecer e as horas mais quentes do dia.Ferrar o goraz é muito simples. Os seus toques são francos e rudes (um frémito e de seguida o puxão) e as capturas, se existir um bom cardume, podem acontecer a um ritmo alucinante.Mas, este milagre da fartura pode durar pouco tempo, pelo que o pescador deve ser lesto e aplicar-se com afinco.É sempre bom imprimir pequenos movimentos à linha para aumentar o poder atractivo dos iscos, sem nunca deixar de sentir a chumbada a tocar o fundo. Levanta-se 30 a 50 cm , espera-se, para que os estralhos ondulem na corrente. Baixa-se de novo até ao fundo, lentamente, acompanhando a linha de um movimento lateral, com a cana a trabalhar obliquamente a 45º. Quanto maior for a profundidade, mais lento deve ser este tipo de trabalho. Como já se referiu, as “grades” de gorazes são frequentes. Nem sempre se encontram ou estão lá, mesmo que o barco “apoite” em locais propícios à existência do goraz (cabeços altos, falésias abruptas), através da boa utilização do GPS e da SONDA.No Verão podem apanhar-se gorazes entre os 30 e os 50 metros. No Inverno, a profundidades superiores a 80 metros e entre as duas estações à volta dos 50 metros.É também importante regular cuidadosamente o freio do carreto, pois a recuperação é longa e se a tracção é excessiva ou inconstante, os riscos de fuga do peixe podem ocorrer.Com o peixe já junto ao barco, o pescador deve utilizar o bicheiro.O goraz costuma ter um último frémito e desprender-se."Autor:Luís M.Borges.Espero que tenham gostado até já.

Um comentário:

Anônimo disse...

Boas tardes,Paulo, antes de mais gostaria de dar os parabéns pelo exelente blog, do qual já tenho seguido algumas dicas. A minha pesca ao Goraz resume-se a uma ida na zona de Sines, onde se tiraram alguns peixinhos. Este proximo fim de semana, dia 21 estou a fazer contas de ir novamente até a, mas gostava de ir melhor preparado, como tal estou a fazer umas montagens, mas tenho algumas duvidas, uma delas é relativamente ao uso das pérolas.Como prendemos a perola junto ao azol?é com algum nó? se for gostaria, Paulo que me podesses explicar como se dá. E a outra duvida é se não utilizas perolas por cima e por baixo do destrocedor triplo.
Sem mais e com o desejo de grandes pescarias
Rui Duarte
ruislbduarte@gmail.com

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