Lá fomos nós, com este frio imenso ao mar! Corria um vento que não ajudava a esquecer o frio nem permitia ao sol aquecer um pouco que fosse.O Ivo, o Jacinto, e restantes camaradas (incluindo euzinho) tentávamos manter pelo menos as mãos quentes.Mas estava realmente um frio de rachar que não tenho memória.Realmente é preciso ter paixão pela pesca desportiva e entrar mar dentro, ainda noite, com estas temperaturas.Peixe? bem deixem lá isso, fomos á procura de uns XL´s mas só havia um L e uns M! podia ser pior.É preciso insistir e apanhar mais frio lololol. Mas porque de frio aqui falo deixo mais um poema do nosso Fernando Pessoa.
Quando Está Frio
Quando está frio no tempo do frio, para mim é como se estivesse
agradável,
Porque para o meu ser adequado à existência das cousas
O natural é o agradável só por ser natural.
Aceito as dificuldades da vida porque são o destino,
Como aceito o frio excessivo no alto do Inverno —
Calmamente, sem me queixar, como quem meramente aceita,
E encontra uma alegria no fato de aceitar —
No fato sublimemente científico e difícil de aceitar o natural inevitável.
Que são para mim as doenças que tenho e o mal que me acontece
Senão o Inverno da minha pessoa e da minha vida?
O Inverno irregular, cujas leis de aparecimento desconheço,
Mas que existe para mim em virtude da mesma fatalidade sublime,
Da mesma inevitável exterioridade a mim,
Que o calor da terra no alto do Verão
E o frio da terra no cimo do Inverno.
Aceito por personalidade.
Nasci sujeito como os outros a erros e a defeitos,
Mas nunca ao erro de querer compreender demais,
Nunca ao erro de querer compreender só corri a inteligência,
Nunca ao defeito de exigir do Mundo
Que fosse qualquer cousa que não fosse o Mundo.
Até já.
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